Circo do Fuxiquinho


Circo do “Fuxiquinho” fazendo rir na periferia
fonte: O Mossoroense
Sayonara Amorim
Da Redação
Que a vida na periferia, onde vive grande parte das famílias de baixa renda, é bem mais difícil e mais cheia de dificuldades, todos já sabem. É na periferia que se encontra acúmulo de lixo, maior incidência de tráfico, famílias que chegam a passar fome, entre outras dificuldades. Mas tudo isso pode ser por alguns minutos esquecido quando a fantasia chega para alegrar a vida dessas pessoas.
É para assumir esse papel que entra em cena o circo, uma das diversões mais antigas do mundo que sempre foi e continuará sendo uma grande fonte de risadas. Não há quem consiga passar um espetáculo inteiro sem que o riso venha à tona e faça com que os problemas se afastem fazendo com que a vida pareça bem mais bonita.
Segundo especialistas em comportamento humano, o riso é a melhor terapia. Existem até mesmo clínicas especializadas em tratamentos terapêuticos a partir do riso. Boas gargalhadas têm o poder de cura e são capazes de mudar todo um universo de coisas. Por isso, nada melhor que ir ao circo para começar a ficar de bem com a vida.
Aqui em Mossoró, há cerca de oito meses, foi criado o Circo do Fuxiquinho, que vem exercendo bem o seu papel de levar alegria aos corações das famílias mossoroenses, em especial às que residem nos bairros periféricos. Sempre com atrações diferentes e retirando de coisas simples um verdadeiro espetáculo, o circo que leva o nome do principal palhaço “Fuxiquinho”, vem conquistando a cada dia mais público.
TEMPORADA – Assim como as grandes companhias circenses, o Circo do Fuxiquinho passa períodos que variam de três semanas a 60 dias instalado em uma determinada área da cidade e vai fazendo um revezamento. Atualmente encontra-se instalado na rua Riachuelo, cruzamento com a rua João Cordeiro, bairro Bom Jardim – zona norte de Mossoró.
O circo mudou complemente a rotina das famílias que residem no bairro e adjacências, principalmente nos finais de semana, o picadeiro se torna pequeno para o público que inclui crianças, jovens, adultos e idosos. A cada dia uma atração diferente como direito a luta de anões, bailarinas, convidados como o Palhaço Caçarola, entre outras. Além dos números de contorcionismo que tem como estrela uma menina de apenas 8 anos que dá verdadeiro show de habilidade, graciosidade e talento, assim como os malabaristas, partners, ilusionistas e a principal atração: os palhaços compostos por Fuxiquinho, Fofoca, Pipoquinha, Casquinha, entre outros que complementam o elenco.
HISTÓRICO – O Circo do Fuxiquinho nasceu de uma família circense após atuar em grandes companhias como: Circo Garcia, Gran Bartolo Circus, Circo Portugal, etc. O idealizador do circo, Orácio Campelo, 57, diz que decidiu colocar em prática toda a sua experiência em prol da família. Entre filhos, irmãos e netos são 15 pessoas da família atuando e no total são 40 integrantes. “Tudo que sei fazer na vida é circo, sem o circo não tenho como sobreviver e meus filhos estão seguindo meus passos”, relata.
O nome Fuxiquinho, do palhaço principal, veio do pai de Orácio. Alessandro Campelo (Fuxiquinho) conta que começou a atuar como palhaço aos 16 anos, mas desde pequeno era chamado pelo pseudônimo. “O meu avô que também era palhaço tinha o nome artístico de Fuxico e sempre quis ter um neto homem para chamá-lo de Fuxiquinho e, infelizmente, ele morreu antes do meu nascimento e o meu nome de palhaço é em homenagem ao meu avô”, detalha.
Palhaço Pipoquinha e contorcionista brilham no picadeiro
O talento artístico é algo que, na maioria dos casos, já nasce com a pessoa. Um exemplo disso pode ser comprovado no Circo do Fuxiquinho, com José Mickaeli - “Palhaço Pipoquinha” e Jasmine Morgana - “Menina Borracha”. Os dois podem ser chamados de prodígios por tamanho brilhantismo de suas apresentações. O palhaço Pipoquinha, de apenas 4 anos, não esconde a paixão por sua atividade. “Quando eu crescer, quero ser palhaço por que gosto de fazer as pessoas rirem”, declara.
A contorcionista Jasmine, que recebeu a denominação de “Menina Borracha”, é uma das atrações mais esperadas de todo o espetáculo. A sua graciosidade e carisma unido a suas habilidades de contorção não deixam nada a desejar às apresentações semelhantes realizadas em grandes companhias circenses.
Mas, todo esse talento por pouco não foi interrompido. A pequena e talentosa Jasmine sofreu um grave acidente quando tinha apenas dois meses de vida. Segundo sua mãe, Zilda Morgana, o trailler onde morava incendiou e o bebê estava no berço. Ela conta que Jasmine sobreviveu a queimaduras de terceiro grau, mas que lhe deixaram algumas cicatrizes. “Agradeço a Deus por minha filha ter sobrevivido e fico muito orgulhosa de ver o quanto ela brilha no picadeiro”, diz.
CICATRIZES – A mãe de Jasmine adianta que recebeu uma promessa de um empresário que se propôs a financiar uma cirurgia plástica para a pequena contorcionista e diz que aguarda com muita ansiedade. “Apesar dela ser uma menina normal, percebo que as cicatrizes a incomodam e meu sonho é conseguir livrá-la dessas marcas”, desabafa.
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